segunda-feira, 26 de abril de 2010

Eu chamo de saudades..

...Aquela dor no peito incontrolável..Aquela vontade de correr e sair gritando...Aquelas lembranças que chegam a machucar...Aquelas noites mal dormidas...Aquele cansaço, desânimo...Aquele sentimento sem eira nem beira.
Quando você passa certo tempo com alguma pessoa, quanto mais você se envolve, mas você vai ''gostando'' dela..Saudades, é isso. É querer voltar ao tempo em que vocês se envolveram, querer relembar.. E saudades dói. Machuca. Chega até a ser uma ''bomba-relógio'' que a qualquer hora pode explodir.
É como se você fosse apenas uma caixa de ossos andando por ai..Sem alma, coração, ou até mesmo, orgãos. Arrancados brutalmente, por um outro alguém, que pode nem estar sentindo o mesmo.
Você acaba, querendo deixar de ir a certos lugares, fazer certas coisas que vocês dois iam/faziam juntos..
'' E aqui estou: coração alagado, mas a vida refeita embora cheia de saudade. ''
Você se sente um barquinho velho, caindo aos pedaços, sem botes salva vidas, perdido no meio do oceano, sem lugar certo para navegar, sem tripulantes, sem ninguém..Só você, Deus, o céu e o mar.
Mas de repente você vê uma terra. Um lugar seguro. Um lugar que te deixe sem lembranças, dores, saudades. E este lugar te deixa completa, com alma, orgãos. Te deixa respirar tranquilamente, te deixa sentir o perfume do vento. Vocês são um só, agora.
E você decide: viver para sempre ali.
Só que você se lembra que aquela terra, é diferente de você. Entre ela e você existem vários segredos. Até mesmo traições, mas você se nega a ter esse tipo de pensamento, você só quer sentir aquele vento e calor, aquele perfume..você só quer isso.
Mas o mar não deixa, insiste, te puxa, te leva..E você se vê outra vez, no seu barquinho, perdida(o), sem nada. Conhecendo o mar, mas sem vontade.
Chorando a cada lembrança, querendo voltar, mas sem conseguir.
Depois de um tempo, as coisas vão mudando, você vai crescendo, e dentro de você aquele buraco também aumenta. Você é novamente uma caixa de ossos..
E então decide: viver assim, a esperar. Esperar que sua alma volte, sua vida. A esperar a sua terra.
Você decide voltar, e ficar com ela. Mas quando chega lá, ela sumiu. A sua terra. Aquela que um dia jurou para sempre aquele perfume, aquele vento. Ai você percebe que seu buraco se torna um poço, cada vez mais profundo. Então se lembra das vezes que pensava que entre vocês existiam segredos, e chega a se chamar de burra(o).
E então, a cada dia aquela dor aumenta, aquela saudade machuca.
Os dias quase não passam, a noite é um tormento, o mar já não existe.
Os dias, as semanas, os meses, os anos, as horas, os minutos [...] chegam até a doer.
E chega uma hora que você se pergunta: '' Porque estou vivendo assim ?''
E procura novamente sua terra, e incrívelmente, a acha.
E se tornam novamente, um só.
E aquele buraco vai diminuindo a cada jura, a cada vez que você sente aquele vento, aquele perfume..
E todos os dias, que você ficou perdido(a) no mar, já não significam nada.
Você agora, é um ser completo, com orgãos, com alegrias, e até mesmo com um, coração. Que pulsa cada vez mais rápido, por estar ali.
E as cicatrizes da saudade..Talvez um dia você saberá usá-las pra o seu favor.
A saudade..uma dor que chega a levar tudo de nós, mas, que tem cura.

De minha autoria.
Beijos, Milk :)